Conheça produção vinícola ecológica e conectada com a terra, desenvolvida pelo croata Rudolf Steiner. A viticultura biodinâmica está entre as produções que agregam alto valor ao mercado agrícola. Ecológica e orgânica, essa forma de produção de vinho carrega princípios e calendário próprio de plantio e colheita de uvas. Tudo começou com Rudolf Steiner, filósofo e educador croata do início do século 20. Na tentativa de aproximar equilíbrio, cuidado e conexão com a natureza, ele estruturou e fomentou um modelo de cultivo alternativo, batizado de biodinâmico. A técnica, se é que pode ser chamada desta forma, consiste numa metodologia variante da antropofasia, que visa respeitar os ciclos de crescimento da cultura, baseando-se nos quatro pilares da vida: terra, fogo, ar e água. Deste modo, plantações biodinâmicas não podem receber o auxílio de agrotóxicos e hormônios sintéticos, pois devem respeitar uma colheita sem interferências humanas. O calendário lunar serve como guia de desenvolvimento, pensando nos estágios de amadurecimento do cultivo. Assim como os signos, que, segundo a linha biodinâmica, orientam as sementes que se adaptam melhor a cada elemento da natureza, de acordo com a estação do ano: épocas predominantes do signo de fogo seriam as mais propícias para criação e extração de uvas. Embora pareça rudimentar, a técnica agrícola resiste até hoje nos vinhedos que preservam uma mentalidade orgânica e sustentável. Vinhos biodinâmicos, como o próprio nome diz, conservam a movimentação dos processos biológicos. Sendo assim, acumulam vantagens em relação aos processos convencionais: não agridem o solo, mantêm macronutrientes em sua composição e exalam maior riqueza de aromas e sabores. DNA argentino A especificidade de cada vinho carrega consigo um pouco da geografia do local onde é produzido. Do alto do Vale do Uco, região montanhosa de Mendoza, na Argentina, e de amplitude térmica bastante significativa, é possível entender isso melhor. Por lá, a vinícola SuperUco produz vinhos biodinâmicos ricos e autênticos. Três terroirs dão fama à qualidade incontestável desta cultura biodinâmica:
Gualtallary
Los Chacayes
Altamira
Ao combinar dias quentes com noites frias, a altitude entre 1.200 e 1.700 metros acima do nível do mar responde pelos ventos que sopram, de oeste a leste, em Gualtallary. A combinação resulta no equilíbrio perfeito para que tintos e brancos surjam por meio de solos calcários e resistentes. São vinhos excêntricos, fortes, ricos em cálcio e únicos no paladar. Los Chacayes, por sua vez, oferta uvas banhadas pelo curso de um rio que arrasta pequenas rochas, que servem como fonte de minerais para o fortalecimento das raízes da fruta. As quebras de temperatura do clima local conferem à uva uma textura grossa, gosto intenso e cores vivas. Altamira, por fim, é a área que abrange maior peculiaridade e dinamismo. Sua presença se faz em terras andinas, próximas às cordilheiras chilenas, onde as condições do solo não são tão favoráveis. Estes fatores contribuem para uma maior consistência de suas uvas, tornando-as mais raras.
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